Tuesday, September 25, 2012

O que se move

Se não dou a ti motivos para que duvides do meu amor, dê-me, então, razões para que eu não tenha que continuar duvidando do teu.

Por meio

Corpos meio cheios ou meio vazios.
Um mundo onde as metades estão em voga.
Sinto a falta do inteiro que transborda.
A hipérbole de sorrisos, abraços, beijos e amor.
E como ser inteiro sem ser meio?

Nas medianas avistadas,
eu procuro a palavra calada de um olhar escandaloso.
Um recurso doloroso, mas prazeroso.
São para poucos esses encantos.
O que faz sentires inteiro?

A mim são sorrisos camuflados,
encontrados sem muitos meios.
Mais ou menos; um tanto; um pouco; não de todo. Quase.
Preciso, apenas, ser inteiro.
Alguém se habilita a ser meu meio?

Já aviso: quero-te por inteiro.
Que não me percas nos caminhos dos teus meios.

Tuesday, January 24, 2012

Dance sobre as nuvens
Cante no silêncio
Sorria de medo
Chore de felicidade
Dê função aos erros
Esqueça o inútil
Provoque calafrios no estômago
Faça o coração sentir-se fraco
Permita-se
Seja rei da própria vida
Desafie sua alma a escrever poesia
Como saber ser sem as limitações e os moldes da sociedade?
Apenas com as vontades intrínsecas. Falar sem culpa. Encontrar a beleza na simplicidade de uma íris que brilha, ilumina e fala. Evocar os desejos e estraçalhar o gelo esculpido por dogmas.
Enxergar que escórias são as regras do mundo. Ensinam-nos a ser fruto das restrições impostas na vida. Para ser alguém, basta segui-las: estudar, ser passivo, trabalhar, casar e ter filhos. Nem pense em pensar. Deixe de ser para comer. A futilidade é essencial para tornar-se útil - consequência da inconsciência. Acreditar na sorte.
Eu prefiro ser a comer. Viver numa complexa simplicidade do profundo eu no meu mundo, sem luxo. Contemplar a significância de um sorriso e de um amor bonito. Matar de desgosto a semente que me plantaram na alma, antes de eu aprender a ser. Se é que sei.